quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Outubro Rosa: Câncer de Mama





Câncer de Mama
                                                                                              Rita de Cássia Pozzati¹
                                                                              
                         



 O aumento na incidência do câncer de mama é um fenômeno observado em escala mundial. Representa a segunda neoplasia maligna mais freqüente e é responsável pelo maior número de óbitos por câncer entre as mulheres no Brasil. As maiores incidências estão localizadas nos países ocidentais, e as menores na Ásia e nos países africanos. Aproximadamente 20% das mulheres que desenvolvem câncer de mama apresentam história familiar para a doença. Aproximadamente 50% dos cânceres de mama ocorrem em mulheres entre 50 – 64 anos, e 30% ocorrem em mulheres acima dos 70 anos.
                         Dados de literatura mostram aumento das taxas de mortalidade para a população negra em relação à branca, com diminuição da sobrevida. As lesões proliferativas, consideradas benignas, representam um pequeno aumento do risco do câncer. O risco de câncer está relacionado com a duração da fase reprodutiva da mulher, devido a um aumento no tempo de exposição ao estímulo estrogênico; mulheres que começam a menstruar antes dos 12 anos ou aquelas que entram na menopausa em idade superior aos 55 anos apresentam risco aumentado. O uso do contraceptivo oral teria efeito significativo e importante nas taxas de incidência de câncer de mama, porém com a  Terapia Hormonal na menopausa  evidencia-se um pequeno aumento no risco relativo. A amamentação vem sendo estudada como possível fator protetor, sem, entretanto, nenhuma comprovação científica até o momento. A obesidade está relacionada a risco aumentado para câncer de mama, principalmente na pós-menopausa. A ingestão de álcool e o risco de desenvolver câncer de mama, sendo esta relação dose-efeito, ou seja, quanto maior o consumo, maior o risco.

                        O câncer de mama em mulheres jovens é incomum, 2 a 5%, por­tanto o diagnóstico necessita de um alto índice de suspeição clínica. Trabalhos recentes demonstraram que as pacientes jovens apresentam um pior prognóstico em consequência de uma doença mais avançada no momento do diagnóstico ou em razão de divergências na biologia tumoral. Sugere-se que o câncer de mama de início precoce esteja relacionado a diferentes fatores etiológicos, as­pectos histopatológicos e desfecho clínico quando comparado ao câncer de mama na pós-menopausa.
               O câncer de mama na gestação é aquele que ocorre durante a gravidez ou até um ano pós-parto. É a neoplasia maligna mais prevalente durante o ciclo gravídico-puerperal, ocorrendo um caso a cada 3.000 a 10.000 partos, perdendo apenas para o câncer de colo de útero. Não há diferenças histológicas do câncer de mama em grávidas e não grávidas. As mudan­ças fisiológicas dessa fase, decorrentes do estímulo hormonal, somadas ao fato de a mamografia não ser rotina no pré-natal e de o autoexame não ser uma prática habitual para muitas mulheres, tornam o diagnóstico difícil e o estadiamento tardio, comprometendo a sobrevida da população feminina.
                      
                    A mamografia ainda é a técnica mais extensivamente estudada e a mais utilizada no que diz respeito à padronização dos cuidados relativos à prevenção do câncer de mama, mesmo diante da evidente ascendência dessas novas tecnologias. A mamografia digital evidencia significativa diminuição na taxa de reconvocações (recalls), mesmo não mostrando expressiva diferença na taxa de detecção do câncer de mama em relação à mamografia convencional. Recentes diretrizes recomendam a mamografia de rastreamento (ou de rotina), nas mulheres assintomáticas a partir de 40 anos, associada com autoexame mensal e exame clínico anual, embora os benefícios destes últimos não estejam cientificamente comprovados. Antes de 40 anos, a mamografia de rastreamento deve ser realizada em mulheres com alto risco para câncer de mama (parente de primeiro grau com câncer de mama na pré-menopausa, história pregressa de hiperplasia atípica ou neoplasia lobular in situ), pré-operatório para cirurgia plástica e pré-terapia de reposição hormonal (TH). A ultra-sonografia é importante quando utilizada adjunto à mamografia, principalmente no auxílio à diferenciação entre massas sólidas e císticas e quando a mamografia não mostra resultado satisfatório. A ressonância magnética, apesar de apresentar taxa de especificidade variável na detecção do câncer de mama (37 a 97%), possui mais acurácia do que a mamografia e a ultra-sonografia em avaliar o tamanho e as características morfológicas do tumor, bem como no diagnóstico de lesões multifocais e multicêntricas.
         Para combatermos o câncer de mama precisamos mudanças nos hábitos de vida como: incorporar na dieta maior consumo de frutas, vegetais e fibras. Além disso, preferir óleo de oliva para preparar vegetais frescos ou temperar saladas. Restringir o uso de bebidas alcoólicas. Embora o tabagismo não esteja diretamente relacionado ao câncer de mama, este deve ser sempre desaconselhado pelas várias comorbidades associadas a este hábito, bem como a prática de atividades físicas, idealmente na frequência de três vezes por semana.

A tendência atual é avaliar e discutir cuidadosamente com as pacientes a relação risco/benefício para a terapia hormonal. É de fundamental importância realizar os exames de rotina e consultar seu médico Ginecologista, para que o mesmo oriente, se necessário, um médico Mastologista.