A
mulher apresenta uma suscetibilidade maior ao álcool do que os
homens e também está mais propensa a desenvolver doenças
causadas pelo alcoolismo.
O consumo abusivo de álcool é definido como a injeta de álcool de
quatro doses ou mais para as mulheres e de cinco ou mais para homens,
em uma mesma ocasião.
As
mulheres
que ingerem um drinque por dia apresentam menor probabilidade de
morte por doença cardiovascular. No entanto com o aumento da
ingestão da quantidade de drinques dia aumenta o risco de
Hipertensão arterial, derrame cerebral hemorrágico ,
miocardiopatiasa, osteoporose, câncer de mama,
cirrose hepática.
A
prevalência de depressão em mulheres que abusam de álcool é de 30
a 40 % e distúrbios como anorexia e bulimia estão presentes em 15%
a 32% das que abusam de álcool.Mulheres que abusam de álcool tentam
o suicídio quatro vezes mais frequentemente do que as abstêmias.
Após o consumo de álcool, eleva-se a tendência a comportamentos
violentos e impulsivos, os quais podem determinar os óbitos por
causas violentas. Entre as causas externas de mortes, alcoolismo
crônico está bastante relacionado com suicídios. Os alcoólatras
em geral têm 60 a 120 vezes mais probabilidade de atentarem contra a
própria vida do que a população abstêmia.
A
ingestão de álcool durante a gravidez pode provocar distúrbios
fetais que vão do retardo de desenvolvimento à chamada síndrome
alcoólica fetal, caracterizada por anormalidades físicas
comportamentais e cognitivas. Consumo de álcool durante a gravidez é
considerado a principal causa evitável dessas anormalidades na
infância
No
Brasil, desde 2006, o Ministério da Saúde pesquisa, anualmente,
segundo a pesquisa denominada VIGITEL4
que é
realizada por Inquérito Telefônico, com pessoas com mais de 18
anos, nas Capitais Estaduais e no Distrito Federal. Em 2009, as
cidades onde as mulheres apresentam maiores porcentagens de consumo
abusivo de álcool foram Salvador (17,1%) e Distrito Federal (16,5%)
e as menores ocorreram em Rio Branco (6,2%), Manaus (6,3%), São
Paulo (6,3%) e Curitiba (6,6%).
Um
estudo epidemiológico sobre o uso de álcool foi realizado em 107
cidades brasileiras com mais de 200.000 habitantes, sendo
entrevistadas 8.579 pessoas. Nesse trabalho observou-se que um número
elevado de mulheres faz uso de bebidas alcoólicas ao longo da vida,
sendo 44,7% delas com idades entre 12 a 17 anos; 68,2% naquelas com
idades entre 18 a 24 anos; 67,9% de mulheres na faixa etária de 25
a 34 anos e 59,5% entre aquelas com 35 anos ou mais.
O
número de mulheres acóolotras aumentou 30% nesses últimos anos
muitas delas procurando alívio para problemas pessoais.A vida da
mulher contemporânea em que existe excesso de trabalho e acúmulo de
funções e a constante busca para atingir e manter a estabilidade
psicossocial exigida deve ser combatida com melhora dos hábitos de
vida, como alimentação adequada ,qualidade do sono, exercícios
físicos, lazer , ingestão de água e alguns casos requerem terapias
e medicamentos, mas com certeza o álcool não é única alternativa.
A
idade média entre as vítimas foi de 39,8 anos, não havendo
diferenças entre os sexos, ocorrendo aos 39,5 anos para as mulheres
e 39,9 anos para os homens. Observou-se que, dependendo do sexo, há
diferenças entre os diversos métodos empregados para finalizar a
vida. As causas de suicídio entre as mulheres foram: intoxicação
(28,2%), enforcamento (23,5%) e queda (18,8%). Já entre os homens
foram: enforcamento (34,3%), ferimento por arma de fogo (14,9%) e
intoxicação (12,6%)14.
Sabe-se
que a violência doméstica praticada contra a mulher, em muitas
situações, é desencadeada após o consumo de álcool. No trabalho
realizado com mulheres alcoolistas do GAF de Botucatu, 68,9%
declararam-se abstinentes na época da entrevista, 76,5% relataram
história positiva de alcoolismo familiar e 42,0% sofreram algum tipo
de acidente quando alcoolizadas. Antes de participarem do grupo, a
violência familiar esteve presente em 85,7% dos casos, sendo o
cônjuge o principal agressor.
No
México, em pesquisa realizada com alunas de um curso de Enfermagem,
57,5% das entrevistadas e 67,1% dos parceiros relataram consumo de
álcool, especialmente em reuniões sociais. Entre elas, 91,9%
negaram ter sofrido violência física por seus parceiros e 41,1% não
conhecem seus direitos em relação à violência doméstica17.
Possivelmente, a explicação para esses resultados é a realização
da pesquisa em meio universitário, na qual espera-se menor
ocorrência de violência doméstica, devido ao nível cultural dos
participantes. Chama-se a atenção, no entanto, o número de pessoas
pertencentes a um meio social diferenciado, que desconhecem seus
direitos no caso da ocorrência de violência em seus lares. Esses
dados estão em concordância com os autores, os quais afirmam: “são
necessárias ações de conscientização das mulheres sobre seus
direitos e possibilidades de ajuda legal em casos de violência”17.
Em
vista disso, há necessidade de serviços públicos que cuidem do
alcoolista, especialmente da mulher alcoolista.
Quando
se discute sobre o alcoolismo feminino, alguns aspectos culturais são
considerados, tais como a realidade do padrão de menor ingesta de
álcool entre as mulheres, quando comparada aos padrões masculinos
e, por outro lado, a intensa marginalização que essas mulheres
sofrem, tanto na família, quanto na sociedade e nos serviços de
saúde16O
alcoolismo feminino, no entanto, possui caminhos próprios para seu
desenvolvimento, sendo importante considerar a urgência do seu
reconhecimento e formas diferenciadas de atenção à mulher, já que
a estigmatização e o preconceito social são duplos: por ser tanto
mulher, como alcoolista.
