O diagnóstico de endometriose deve ser considerado quando a história clínica evidenciar os sintomas de dismenorreia (menstruação dolorosa) dor pélvica crônica, dispareunia (dor durante a relação sexual), sintomas intestinais e urinários cíclicos e infertilidade. A dor pélvica é um dos principais sintomas em pacientes com endometriose. A idade mediana das mulheres no início do diagnóstico é de 20,5 anos e de 33 anos na ocasião do diagnóstico. A demora ainda é maior em mulheres cujos sintomas sugestivos de endometriose tiveram início ainda na adolescência, nas quais o tempo mediano para o diagnóstico é superior a dez anos.
O diagnóstico pode ser realizado por várias técnicas, porém a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética são métodos que aumentam as chances de se detectar múltiplos nódulos, as camadas envolvidas e a distância da borda anal. A ultrassonografia transvaginal deve ser considerada o primeiro exame a ser solicitado na suspeita de endometriose, por ser amplamente disponível, pelo seu baixo custo, alta aceitabilidade e particularmente por ser a modalidade diagnóstica com maior acurácia na maioria dos casos de endometriose ovariana e principalmente extraovariana. A necessidade de métodos diagnósticos invasivos permanece como um fator de limitação para o diagnóstico correto e oportuno da endometriose. A laparoscopia continua sendo o padrão ouro do arsenal diagnóstico. O CA125 é o marcador sorológico mais comumente utilizado para o diagnóstico de endometriose, apesar de não apresentar ótimas sensibilidade e especificidade.
O tratamento envolve tanto a terapêutica cirúrgica conservadora como o procedimento cirúrgico radical ou até mesmo a sua supressão por meio de recursos medicamentosos. A terapêutica clínica envolve medicamentos direcionados à melhora da
dor, enquanto a cirúrgica baseia-se nas possíveis técnicas operatórias com menor índice de morbidade e de complicações.
Assim, a mulher com endometriose deve ser abordada individualmente e de preferência com uma equipe multidisciplinar, para que se obtenham os melhores resultados, visando exclusivamente à melhora dos sintomas. Muitos desses tratamentos atingem apenas uma melhora parcial, com alta taxa de recorrência após a interrupção do medicamento. Assim, a terapia adequada deve se basear no tratamento individualizado de cada paciente, relacionando-o com seus sintomas e seu desejo reprodutivo.
A Endometriose é um dos fantasmas que assombram a mulher contemporânea pelo fato de protelarmos e programarmos as gestações com o uso de métodos anticonceptivos. Com o surgimento da reprodução assistida a cada ano mais efetiva essa doença parece ter um caráter menos sombrio. A ciência oferece às mulheres modernas e ativas, que desejam atingir o crescimento profissional antes do planejamento familiar, tratamentos clínicos mais eficazes no controle da dor e da infertilidade dessa forma melhorando sua qualidade de vida.

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